Investir não significa aplicar o seu dinheiro em qualquer investimento ou comprar e vender ativos aleatoriamente. O investidor deve sempre estar atento aos fatores que podem impactar o mercado financeiro para buscar as melhores oportunidades e, nesse sentido, é importante entender como funciona o Fed, o Banco Central dos EUA.
Embora ele seja um órgão estrangeiro, as suas movimentações podem impactar a economia de diferentes países — inclusive a brasileira. Portanto, confira neste artigo o que é o Fed, como ele funciona e os motivos para acompanhar as suas decisões.
Boa leitura!
O que é o Fed?
A sigla Fed significa Federal Reserve System (ou Sistema de Reserva Federal, em tradução livre). Trata-se de um órgão do Governo norte-americano encarregado de supervisionar o sistema financeiro da maior economia do mundo — os Estados Unidos da América (EUA).
A sua criação se deu em 1913, com o objetivo de garantir a saúde financeira do sistema bancário norte-americano. Na ocasião, existia um risco iminente de falência de diversos bancos dos Estados Unidos — e um crescente pânico acerca do futuro financeiro do país.
Assim, o Fed surgiu com a proposta de atuar como um conciliador entre os interesses do Governo e dos bancos privados. Isso permitiu criar um sistema financeiro mais flexível, seguro e estável, que continua em funcionamento desde então.
Logo, o Fed tem uma atuação na economia americana semelhante ao papel exercido pelo Banco Central do Brasil (Bacen) na economia brasileira. Essa dinâmica envolve, entre outras funções:
- definir a política monetária;
- supervisionar as instituições financeiras;
- garantir a eficiência dos sistemas de pagamentos.
Como o Federal Reserve funciona?
Agora que você sabe o que é o Fed, é pertinente conferir como ele funciona. O Banco Central dos EUA é composto por 3 principais órgãos:
- Board of Governor
- Federal Open Market Committee (FOMC)
- Federal Reserve Banks
Saiba mais sobre cada um deles, a seguir.
Board of Governor
O Board of Governor ou Conselho de Governadores, em português, é responsável pelas definições regulatórias do sistema bancário norte-americano. Ele é composto por sete membros indicados pelo Presidente dos EUA e aprovados pelo Senado, com mandatos de 4 a 14 anos.
Federal Open Market Committee
O FOMC, ou Comitê Federal de Mercado Aberto, tem a função de discutir as perspectivas econômicas da nação. Além disso, ele fornece as informações necessárias para nortear as decisões sobre a política monetária americana. O órgão se reúne ao menos 8 vezes ao ano.
Federal Reserve Banks
O Federal Reserve Banks é um conjunto de 12 bancos regionais espalhados pelos EUA. A ele recai a atribuição de transmitir moedas para bancos comerciais e levantar dados para a elaboração do Green Book e Beige Book (livro verde e livro bege, respectivamente). Ambos são relatórios sobre a situação da economia americana.
Qual a importância do Fed para os EUA e para o mundo?
Como você viu, os EUA são a maior economia mundial. Portanto, é esperado que as movimentações em sua política monetária impactem o mundo todo.
Na prática, a taxa de juros americana guarda relação com as variações do dólar. Como a moeda americana é utilizada em diversos países e precifica as principais commodities no mercado internacional, o aumento ou diminuição dos juros nos EUA impacta no câmbio.
Por isso, as decisões do Fed refletem em países emergentes, já que eles precisarão ajustar as suas economias para estabilizar as suas moedas, receitas e endividamento. Os mesmos efeitos podem ser sentidos em outros mercados ao redor do mundo.
Por exemplo, na Bolsa de Valores brasileira há uma forte presença de capital estrangeiro. Contudo, quando os EUA aumentam as suas taxas de juros, é comum que investidores resgatem os seus aportes no Brasil para aproveitar oportunidades no mercado americano — especialmente os títulos públicos.
Essa retirada de capital em massa reduz a oferta de dólar no Brasil — gerando, muitas vezes, a queda de preços dos ativos na Bolsa brasileira.
Já quando os juros norte-americanos estão mais baixos, o investidor estrangeiro tende a decidir tomar risco em Bolsas de países emergentes, como o Brasil, em busca de maiores rentabilidades. Nesse caso, a Bolsa brasileira pode ter um desempenho mais positivo, enquanto o dólar tende a cair.
Por que vale a pena acompanhar os movimentos do Fed?
Chegando até aqui, você pode querer saber por que vale a pena acompanhar as decisões do Fed. A resposta está no fato de que quem investe precisa estar atento aos fatores que podem influenciar no mercado. Assim, há como aproveitar os melhores momentos para investir ou desfazer um investimento.
Imagine que você queira investir no mercado nacional, mas verifique que faltam poucos dias para o Fed anunciar um possível aumento na taxa de juros americana. Nessa hipótese, pode ser o caso de aguardar essa movimentação, considerando que os preços poderão cair logo após o anúncio.
Dessa maneira, você evitará ficar mal posicionado e terá a oportunidade de comprar ativos a preços mais atrativos. Assim, maiores serão as suas chances de lucrar, sobretudo considerando eventual recuperação do ativo no longo prazo.
Essa também pode ser uma oportunidade de diversificar a sua carteira com alternativas no mercado norte-americano — principalmente títulos públicos. Afinal, com juros mais altos, esses títulos tendem a oferecer rentabilidades maiores.
Ao ter um portfólio diversificado com investimentos internacionais dolarizados, você fica menos exposto às variações cambiais. Dessa forma, há como manter o equilíbrio da rentabilidade da sua carteira mesmo diante de baixas ou crises no mercado interno.
Afinal, eventuais perdas com ativos nacionais poderão ser compensadas ou superadas pelos ganhos nos investimentos internacionais. Contudo, antes de investir no exterior, é válido verificar se esse tipo de alternativa se adequa ao seu perfil de investidor e objetivos no mercado.
Federal Reserve System
Neste artigo você conheceu o Fed, o Banco Central dos EUA, e viu como as suas decisões podem impactar na economia mundial. Então fique atento às notícias e movimentações relacionadas a esse órgão, a fim de traçar estratégias mais assertivas para ampliar suas chances de sucesso como investidor — no mercado nacional e internacional.

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